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22 de set. de 2011

Rihanna em Brasília




RIHANNA SE APRESENTA EM BRASÍLIA COM INGRESSOS CARÍSSIMOS






Belo Horizonte
Ingressos: entre R$ 60 e R$ 500 (com direito à meia-entrada).

Brasília
Ingressos: entre R$ 100 e R$ 700 (com direito à meia-entrada).


Começo a postagem com estas informações.
Cerca de 10 mil (ricos) fãs compareceram ao Ginásio Nilson Nelson, na noite desta quarta feira, para acompanhar a passagem do furacão internacional Rihanna, com sua turnê THE LOUD TOUR 2011 pelo Brasil. A abertura dos portões marcada para as 19h ocorreu de forma pontual e organizada, sem grandes problemas. Porém a isso não atribui-se apenas a organização do evento ou a educação do público brasiliense, atribui-se também (e principalmente) à pequena quantidade de fãs no momento de abertura dos portões (cerca de 2 mil pessoas, segundo a polícia militar).
Brasília ainda é uma frágil candidata a ingressar no badalado eixo Rio - São Paulo de entretenimento. Com preços altíssimos e agendas apertadíssimas das atrações internacionais, que aos poucos começam a incluir Brasília em suas passagens pelo Brasil, o público brasiliense ainda não corresponde à altura dos eventos.

Embora Rihanna tenha se divertido bastante, tomado uma dose de Tequila no palco e prometido voltar: "Esta é a minha primeira vez em Brasília, mas eu gostei de vocês, vocês são muito legais, eu vou voltar", não deu pra evitar a apreensão às duas horas antecedentes ao show, em que grandes espaços vazios no ginásio Nilson Nelson pareciam anunciar um fracasso de público.
A pista premium, que era dividida também com os pagantes do camarote, não ficou totalmente cheia. Nas cadeiras, fileiras inteiras vazias, e nas arquibancadas, um público mais devotado, porém distante.
Uma cidade como Brasília, que não tem tradição alguma no mundo do entretenimento, e que pretende abarcar uma abertura de Copa do Mundo, há muito já deveria ter feito grandes investimentos culturais. O Ministério da Cultura, não incentiva, não facilita e por vezes nem se envolve em eventos como este.
Apesar do preço salgado e do horrível dia (uma quarta-feira) agendado para a apresentação, o público enfim compareceu. Não lotou, mas encheu o ginásio Nilson Nelson, dando sensação de alívio àqueles que se preocupam com o que as estrelas pensam do público brasiliense.
Não fosse o estrondoso sucesso da cantora caribenha, que além de talentosa esbanja carisma e sensualidade, teria sido apenas uma apresentação de luxo, para poucos convidados.

Rihanna fez um show sem muita parafernalha ou trocas de figurino, mas cantou e encantou com seu jeito de menina danadinha, que seduz e provoca. O público que pôde pagar a bagatela de R$ 700 teve ainda o privilégio de cantar junto com a estrela, quando esta desceu do palco para dividir seu microfone, e distribuir autógrafos. A cantora interagiu com o público de forma intensa: dançou com a bandeira do Brasil que jogaram sobre o palco, catou uma diadema de chifrinhos e não hesitou em usá-la, provocando o público, jogou para o público as próprias baquetas, que ainda foram lambidas por ela, e ainda seus óculos escuros, levando o público ao delírio.
Que o governador de Brasília e a gestão pública passem a enxergar a cultura e o entretenimento que faltam em Brasília. E que os empresários entendam que manter um preço justo em apresentações como esta, é uma questão de investimento: o público comparece, o artista se anima e Brasília vai, naturalmente, começando a entrar no eixo do entretenimento no Brasil.

Por Raquel Campelo