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31 de jan. de 2011

Pedacinhos de Riqueza



Eu me considero uma pessoa rica, excessos à parte.
Dentro de mim existe um aglomerado de informações, dos mais diferentes níveis e gêneros, que me permitem afirmar veementemente que sou rica.
Às vezes você olha pra dentro de si e só enxerga um monte de besteira coberto por um corpo fajuto e espinhento, com o qual você nunca está feliz, mas me permita dizer:
NÃO, VOCÊ NÃO É ISSO! Pelo menos não só isso!
Um pouco de cinismo e ceticismo às vezes vem bem a calhar.
Pare de bancar o coitadinho, o POBRE coitadinho que nasceu numa família provinciana e que nunca chegará à realeza por culpa de terceiros...
Pare com isso já!
Você é uma pessoa rica, e não precisa bancar o engraçadinho pra compreender que a riqueza imaterial, embora non-grata, é a única que jamais findará.
Aquilo que você sabe, cada emoção que já sentiu, cada evento que já presenciou... Os poemas que tem decorado desde a 4ª série, as passagens de Jane Austen em "Orgulho e Preconceito" que você leu e nem sabe pra quê... Cada versículo da Bíblia que por alguma razão chegou até a sua memória e de lá não mais saiu...
Isso é riqueza! Vai com você aonde quer que você vá... Não vence, não acaba.
Acho lindo ver velhinhos e velhinhas sentados com arrogância e alegria relembrando tudo o que viveram, que presenciaram, e sei que isso os torna mais ricos do que cada adolescente bocó, que se acha o dono do universo porque tem uma bosta tecnológica qualquer, comprada pelo pai, e que amanhã será sucata ultrapassada.

Não importa a sua idade, importa a sua postura.

Aprenda a discernir riqueza de matéria, e prepare-se para entrar na realeza.

Sempre, Top of the Pops.

13 de jan. de 2011

Manter segredos é sexy...


Ando assistindo compulsivamente a série de Tv norte-americana Pretty Little Liars e devo confessar: ESTOU VICIADA.
A trama é bem amarrada e envolvente.
Mas o que me faz dedicar um espaço neste blog a esta série, é o quê de diferente ela causa em mim que as demais não causam.

Reflexão.

A série gira em torno dos inúmeros segredos que há entre 4 amigas e o sumiço da 5ª integrante da "trupe". Se as moçoilas não guardassem tantos segredos, então é provável que Rosewood fosse apenas mais uma cidade com um caso de desaparecimento, nada mais.
Os segredos são a alma do negócio.
Conheço pessoas que não conseguem manter segredos de si mesmas ou dos outros, cujas vidas são expostas, exibidas diante de toda e qualquer pessoa que passe diante delas.
Com tantos recursos, tantos Facebooks, Twitters e Orkuts, as pessoas vivem para SE expor umas às outras, e isso em parte é por quererem desesperadamente fazer parte de algum grupo, ou por saberem que a palavra de ordem do novo século é: aceitação!
Todos querem ser aceitos e notados, vistos e lembrados, bem relacionados...
Mas aí, me volto aos mistérios da série e me dou conta de que... As pessoas não precisam saber tudo, ver tudo, ter tudo sobre mim o tempo todo.
A tecnologia tem o efeito de aproximar quem ficou distante, mas se não nos atentarmos ao detalhe de que a mesma tecnologia também afasta os que estão próximos, poderemos perder com o passar dos anos o charme encantador de sermos de alguma forma misteriosos...

E afinal, uma dose de mistério pode aproximar o interessante e afastar o inconveniente... Sempre.

Sempre, Top of the Pops.